quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Mistério de Belém

Enquanto decorre a temporada de "Um grito parado no ar", de quinta a sábado, às 21h30, O Teatrão ensaia aquela que será a sua 60ª produção: "O Mistério de Belém"

Esta é a história que conta toda a verdade sobre a Natividade, segundo o testemunho direto dos que literalmente cederam o seu lugar à mesa, na noite de consoada, e acompanharam o mais perto que era possível, os minutos iniciais do menino no berço de palha da manjedoura original. Falamos do boi e do burro do presépio, verdadeiros anfitriões do grande mistério. De um momento para o outro veem a sua casa ser invadida por ilustres reis e rainhas, pastores e anjos, estrelas fugidias, num corrupio que vem confirmar que ali, naquele lugar, acontecerá algo de extraordinário e maravilhoso. É claro que boi e burro se atrapalham com tanta agitação, tanto trabalho e tamanha responsabilidade. Mas, como sabemos, tudo acaba bem.

"O Mistério de Belém" é um espetáculo construído no âmbito do ciclo Repicar Giacometti, iniciado em janeiro de 2011, onde pomos em ação a arte de repicar, dando atenção simultânea ao passado e tradição e ao futuro e inovação na construção dos tempos contemporâneos. Confrontamos a memória e a abertura de novos caminhos da nossa identidade. Associamos a tradição do presépio português, onde todos são representados, à necessidade de participação de toda a comunidade, de reunião em torno de um projeto extraordinário. 

 "O Mistério de Belém" estreia dia 18 de novembro, às 17h, e fará temporada até 5 de janeiro de 2013. De Segunda a Quarta às 10h30 e 14h30 e Quinta e Sexta às 14h30, para escolas. Para público geral, ao Sábado, às 17h. 
Preço dos bilhetes: 10 euros (normal), 5 euros (estudante e M65) e 4 euros (grupos com mais de 10 pessoas). 
Preço especial por família (pais e filhos): 10 euros


©Carlos Gomes

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um mistério e uma garrafa de rum

A JIGSAW (Música)
Sala Grande | 31 de outubro | quarta | 22h
Entrada: €5 (preço único)

Barqueiros, lobos, piratas e marinheiros povoam o imaginário sonoro deste trio blues-folk de Coimbra, que bebe as palavras (e o mesmo tipo de aguardente) de Johnny Cash, Bob Dylan, Leonard Cohen e Nick Cave. O nome vem da canção "Jigsaw You", dos dEUS, a banda de culto de Antuérpia. Mas não tenham medo da voz rouca e embargada destes senhores - é só teatro para embalar melancólicos.

©Rita Carmo

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Tomar partido

FÓRUM TEATRÃO (Comunidade)
Tabacaria | 27 de outubro | sábado | 18h

Que estratégias de intervenção local podem ser criadas pelos agentes culturais? Este é o grande tema da quarta edição do FÓRUM TEATRÃO, promovido em colaboração com o PEOPLES’ OBSERVATORY, o Observatório da Participação, da Inovação e dos Poderes Locais do Centro de Estudos Sociais (CES).

São muito variados os participantes habituais do FÓRUM, entre pais de alunos das Classes do Teatrão, investigadores, representantes do poder autárquico, membros da universidade, artistas de outras estruturas e estudantes. Nesta edição, a nossa intenção é criar espaços de diálogo para que possam surgir outros projetos de intervenção, por parte de grupos de cidadãos, na área artística ou não.

Esta é já a quarta vez que temos esta iniciativa. As anteriores estiveram ligadas à discussão acerca do espaço da Oficina Municipal do Teatro, à elaboração do projecto d’O TEATRÃO para os próximos anos e às questões da participação das pessoas na vida cultural da cidade. O Fórum é um instrumento fundamental no aprofundamento da relação da OMT e d’O TEATRÃO com as pessoas.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Amor e Prosperidade

LEITURAS ATRAVESSADAS (Ciclo de leituras)
Cenas inspiradas por Terror e Miséria no III Reich, de Brecht
Miguel Castro Caldas, Pedro Marques, Jorge Palinhos e Sandra Pinheiro
Tabacaria | 23 de outubro | terça | 22h00 | entrada livre

Em 2011, O Teatrão desafiou quatro dramaturgos portugueses - Miguel Castro Caldas, Pedro Marques, Jorge Palinhos e Sandra Pinheiro – a participarem num seminário de estudo de Terror e Miséria no III Reich, de Brecht, com o objectivo de escreverem peças curtas inspiradas nessa obra, mas a pensar em Portugal no séc. XXI. Depois de uma primeira etapa, já em 2012, com o professor Sousa Ribeiro, da Universidade de Coimbra, os autores começaram a escrever os primeiros esboços de cenas, que têm sido trabalhadas com a equipa do Teatrão. Aproveitando a estreia de Um Grito Parado no Ar, e no espírito do Seminário de Dramaturgia do Teatro de Arena no qual Guarnieri participou activamente, lemos agora algumas dessas cenas.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um grito parado no ar

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30

Uma viagem alucinante pela realidade urbana 
Em "Um grito parado no ar", O Teatrão convida-nos para embarcarmos nessa viagem, onde se cruzam feirantes, alunos do ensino recorrente, cauteleiros, mulheres a dias, um vizinho tarado, jovens que vêm do interior, um chui cansado, prostitutas, um casal no final da relação, professores universitários, uma mãe com a sopa sempre ao lume, o dono de uma tasca, adeptos fanáticos… São habitantes de uma cidade contemporânea que nos abrem as portas para penetrarmos sem medo na essência dos nossos dramas e conseguirmos rir do patético das nossas vidas.

Teatro dentro do teatro - um grupo de atores luta com sérias dificuldades para conseguir estrear o seu espetáculo, que pretende ser um conjunto de fragmentos da realidade urbana onde o vídeo é usado para captar o real e motivar a criação das personagens. A relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança.

"Um grito parado no ar" (1973) foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano.

Fotografia de ensaio de Carlos Gomes

Ficha Artística e Técnica 
Texto: Gianfrancesco Guarnieri Direção: Antonio Mercado Elenco: Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Castro Gomes, Nuno Carvalho, Margarida Sousa e Pedro Lamas Cenografia e Figurinos: O Teatrão Vídeo: Alexandre Mestre Adaptação e Direção Musical: Luís Figueiredo Apoio Vocal: Cristina Faria Banda Sonora: Rui Capitão  Músicos: Armindo Fernandes (guitarra portuguesa) e Ni Ferreirinha (viola) Entrevistas: Alexandre Mestre, Cláudia Pato e Rui Capitão Grafismo: Sofia Frazão Fotografia: Carlos Gomes Direção de Produção: Cátia Oliveira Produção Executiva: Inês Mourão, Margarida Sousa, Nuno Carvalho Direção Técnica: João Castro Gomes Equipa Técnica: Alexandre Mestre, Jonathan Azevedo e Rui Capitão Estagiária Assistente: Ana Bárbara Queirós Produção: O TEATRÃO 2012

Espetáculo para maiores de 16 anos
Duração: 90 m.